Saiba tudo sobre a varíola dos macacos: sintomas, tratamento e prevenção
O avanço da varíola dos macacos está crescendo com rapidez a nível global. Tanto que a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o problema como uma emergência de saúde pública de importância global. Isso não significa que ela vá causar uma pandemia, assim como aconteceu com a covid-19. Na verdade, as chances disso acontecer são pequenas, pois a doença já era conhecida e possui baixa capacidade de transmissão – diferente do SARS-CoV-19.
No entanto, visto o crescimento no número de casos no Brasil, conhecer melhor o tema é uma maneira de se prevenir e diagnosticar o problema com mais clareza.
Hoje, São Paulo é o epicentro dos registros de varíola dos macacos no país. Até então, foram confirmados 374 casos, que contam com pacientes que viajaram para a Europa, para outros estados do Brasil e até moradores que contraíram a doença no próprio município onde moram, como aconteceu nos dois últimos casos confirmados em Campinas.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde da região, até julho, foram confirmados nove casos de varíola dos macacos. O órgão já trata a doença como surto, por isso, se proteger contra o vírus é a melhor opção para evitar complicações.
O que é varíola dos macacos?
A varíola dos macacos é uma doença causada pelo vírus monkeypox, pertencente ao gênero orthopoxvirus. Outro patógeno derivado, causador da varíola, já foi erradicado em 1980, devido à vacinação em massa.
No entanto, há algum tempo o vírus monkeypox já era conhecido e registrado, principalmente na África, onde existem duas variantes. A que se disseminou pelo mundo é encontrada na África Ocidental e sua taxa de letalidade é menor em comparação a outra, presente na região da Bacia do Congo – ela vai de 1% a 3%.
Embora o nome faça referência aos macacos, pesquisadores indicam que os hospedeiros naturais do vírus são os roedores. A partir deles, o monkeypox pode ser transmitido através de contato com fluidos ou lesões dos animais infectados.
O nome varíola dos macacos, na verdade, faz referência ao ano de 1958, quando o problema foi descrito pela primeira vez. Naquela época, a doença acometia e matava macacos, daí veio seu nome.
O que choca a comunidade científica é a rápida disseminação do vírus para outros países fora da África, já que a transmissão acontece por meio do contato próximo com infectados. A declaração da OMS, de que a varíola é uma emergência de saúde, é um apelo para atrair recursos e atenção para a doença.
Como acontece a infecção?
Há duas maneiras de se infectar com a varíola dos macacos:
- Por contato direto com o vírus: por animais ou materiais infectados.
- De pessoa para pessoa: através do contato com fluidos corporais, sangue, pus, secreção respiratória, pelo contato com as feridas do infectado ou durante o contato íntimo.
O problema é que a infecção também é passada de mãe para filho pela placenta, durante ou após o parto, no contato direto entre a pele da mãe e do bebê.
Segundo a OMS, homens que fazem sexo com homens (HSH) representam 98% dos casos. Mas, isso não significa que a doença não afete outras pessoas. Crianças, grávidas e imunossuprimidos são considerados grupos de risco, pois tendem a desenvolver os casos mais graves da varíola.
Sintomas
Após o contato com o vírus, o período de incubação no corpo pode variar de cinco a 21 dias. Nesse meio tempo, os principais sintomas são:
- Febre
- Dor de garganta
- Dor de cabeça
- Dor no corpo
Depois dessa fase, começam a surgir lesões no corpo. São lesões pequenas, parecidas com espinhas ou bolhas, que aparecem e se espalham dentro da boca, nas mãos, pés, braços, peito, pescoço, costas, perna, genitais ou ânus.
Outros sintomas da doença são cansaço, calafrios e dor muscular.
Tratamento
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacina usada contra a varíola, lá na década de 1980 tem uma taxa de eficácia de 85% para o monkeypox. Contudo, ela não está disponível para o público em geral, já que a produção é em pequena escala.
Atualmente, existem duas outras vacinas disponíveis especificamente para a varíola dos macacos: a Jynneos e a ACAM2000. Além delas, também é possível usar medicamentos para o tratamento da doença: o tecovirimat e o brincidofovir. Ambas não estão disponíveis no Brasil.
Além das vacinas, o país também não tem medicações à disposição contra o vírus. No entanto, a aquisição da vacina Jynneos está em negociação.
Hoje, o Brasil trata o problema com suporte clínico e medicações para alívio da dor e febre.
Prevenção
A melhor maneira de prevenir o problema é através da vigilância e rápida identificação de novos casos. A partir daí, fica fácil isolar infectados para impedir a disseminação da doença. Em geral, o isolamento pode durar até 40 dias, para assegurar o desaparecimento de todas as lesões na pele.
Enquanto não temos vacina, nem medicações, o ideal é continuar se protegendo com o uso de máscaras. A OMS também recomenda evitar o contato com pessoas que integram os grupos de risco, para evitar surtos de casos graves.